Hoje nós fomos à Igreja do Unasp. Para o segundo culto. Início
de Semana de Oração. O orador: Benedito Muniz. Trabalhou, durante anos, como
pastor na IASD e atualmente é consultor de empresas. Pratica evangelismo leigo.
O sermão de hoje teve como versos principais os que estão
contidos no capítulo 2 do livro de Gênesis. Versos 15 a 17. Trabalhou a
seguinte ideia: por que o homem não foi fulminado logo após ter pecado? Não
ficou claro que o dia em que comesse do fruto proibido, certamente morreria?
A partir daqueles versos ele começou a discursar acerca do perdão temporal e do perdão eterno.
Perdão temporal é aquele que permitiu ao homem continuar vivendo. Permite,
também, vida para todos os seres humanos (quer creiam nisso ou não). Usufruir
do perdão temporal independe de escolha. Resulta da graça. Todos deveriam
morrer. Adão e Eva deveriam ter morrido imediatamente. Todos gozaram e gozam do
poder do perdão temporal. O ser humano não precisa saber disso, não precisa
escolher, não precisa acreditar. Querendo ou não, a vida que detém é decorrente
da graça. Quanto ao perdão eterno todos nós sabemos. Depende de confissão.
Depende do interesse humano em aceitar ou rejeitar.
O resumo é bem simples: perdão temporal é um guarda-chuva
sob o qual todos estão. Perdão eterno depende de questão ética, de interesse,
de confissão, de escolha de rejeição e afins. O sermão foi um ensaio geral da
doutrina da salvação, sob o ponto de vista conservador dos ASD.
Na realidade eu esperava, julgando pela maneira como o
sermão foi introduzido, que o orador caminharia em outra direção. Que daria linhas
gerais sobre o perdão (temporal e eterno) e que, em seguida, mostraria o perigo
sob o qual a IASD está. Eu cria que ele falaria acerca do sincretismo
religioso, da influência perniciosa da contrafação (bem misturado com o mal), do pentecostalismo prostituído, que mostraria a todos
que a IASD está desaprendendo a doutrina da salvação. Não foi nada disso! Pelo
que a semana de oração tende a prometer, não será adotada essa linha de
postulados.
Uma pena!
Benedito Muniz é da velha guarda dos teólogos adventistas.
Tem formação escudada no adventismo histórico (sem a influência dos anos 1980,
Conferência Geral de Dallas). Eu esperava mais, porque ele tem muito a
oferecer.
Vida que segue, ou que precisa seguir...
Enéias Teles Borges
2 comentários:
Que tal falar de perdão temporal, ou seja aquele que permite ao homem continuar vivendo, assistindo uma criancinha subnutrida na África caída ao chão, desmaiada de fome, cheio de moscas sob sua pele, esperando a morte prematura chegar, enquanto um urubu espreita ao lado? Isto é perdão temporal? Você não acha que tem algo de errado nisto tudo?
... e a semana deoração no UNASP - EC é beeem (neo-)pentecostal. O pastor Jimmy escolheu o lema "Um milagre eu sou" e realmente já contou muitos milagres (instantâneos).
Pergunto: A idéia do perdão temporal não é só um tipo de disfarce?
Deus simplesmente não cumpriu com sua palavra seria a conclusão mais óbvia.
Abraços
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