30 de abril de 2012

A morte de um colega do seminário

O pastor adventista  Elcio  Wordell, de 57 anos, que por sete anos atuou em Sidrolândia,  foi assassinado ontem  à tarde (27/04/2012) dentro de uma loja em São Sebastião,  cidade – satélite de Brasília.  Ele foi morto durante um assalto, quando depositava recursos de dízimo da congregação onde atua, segundo informações da Polícia Militar. A PM conseguiu prender quatro suspeitos do crime em flagrante, enquanto fugiam do local. A polícia suspeita que o crime tenha sido premeditado.

Por volta das 17h, o pastor foi até uma agência bancária que funciona dentro de madeireira da Quadra 203, bairro Residencial Oeste. Ele portava valores recolhidos na igreja, e teria feito o depósito pouco antes do anúncio do assalto, segundo a polícia.

O cabo da PM José Airton Barbosa  passava perto do local do crime quando escutou um disparo. “Fomos até a próxima rua, quando vimos três homens correndo. Testemunhas nos apontaram a vítima caída, com um tiro na nuca, e fomos atrás dos três suspeitos”, afirma.

Pouco depois, o policial avistou o trio entrando em uma caminhonete S10. A viatura conseguiu interceptar o veículo, quando os homens teriam jogado revólveres calibre 38 e 32 pela janela do carro. “Capturamos os suspeitos e fizemos a revista, mas depois achamos as armas no caminho”, completou.

A PM afirmou que vítima teria se assustado no momento do assalto, mas não informou se chegou a reagir à ação dos criminosos. Apurações preliminares apontaram que o atirador seria M.J.O.B., de 22 anos. Há suspeita de que um dos assaltantes seja familiar de um fiel da igreja, o que teria ajudado os bandidos a obter informações sobre o depósito.

Um dos participantes, A.F.M., de 35 anos, tinha passagem por latrocínio. Também foi preso o suspeito S.N.L.N., de 27 anos, dono do carro, que seria o responsável pelo fornecimento das armas. Se forem indiciados por latrocínio, os suspeitos podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.  Hoje, movimentos sociais da cidade realizam a primeira Pedalada pela Paz, em memória das vítimas da violência.


Nota: Formei-me, em 1985 (Teologia no antigo IAE), na mesma turma do Elcio Wordel. Sinto demais pelo ocorrido. Fato que mostra quão perto estamos da morte e do sofrimento que vem em seguida. Segundo fui informado, ele é o terceiro colega de formatura que perdemos. Dois envolvidos em acidentes de carro e agora ele, por homicídio. O que mais desejamos é que a família suporte a dor e dê continuidade à vida. O que podemos dizer de especial num momento assim?

Enéias Teles Borges

27 de abril de 2012

Igreja do Unasp (SP) - Exibicionismo e Desfile


Podemos dizer que a Igreja do Unasp cumpre seu propósito como templo de adoração? Sim, podemos. Permite o cumprimento de outros objetivos, que conspiram contra o principal? Sim, claro. Além de local de adoração e da comunhão dos fiéis, a Igreja do Unasp se presta, ainda que involuntariamente, a outros fins? Sim, certeza absoluta!

Exibicionismo Ridículo

Exemplifico: num sábado ensolarado eu estava fora do templo. Estava lotado! Resolvi sair, ainda no começo das atividades e fiquei nas imediações da Praça da Bíblia.

Observei que um membro, que faz parte da “nobreza” parou seu carro, novíssimo e caro, num local proibido. Havia uma boa quantidade de vagas nas cercanias, mas ele parou justamente num local que impedia a movimentação de outros veículos que precisavam acessar as vagas disponíveis.

Resolvi seguir aquele “irmão” até o templo. Ele foi pela lateral direta da igreja e ficou lá na frente. Logo mais o pastor faria os anúncios que antecedem ao cerimonial. Ele ficou aguardando...

Quando o pastor chegou para fazer os anúncios, um ancião pediu a palavra e disse ao microfone: “atenção proprietário do carro “tal”, placa “tal”, favor se dirigir ao estacionamento...”.

Nosso ilustre e nobre amigo saiu do local no qual se encontrava, percorreu o templo pelo corredor central, bem lentamente, para que todos soubessem que ele era o dono do tal veículo. Observei que quando saiu do templo ele tinha um sorriso nos lábios. Dirigiu-se ao estacionamento, entrou no carro, ligou e foi embora. Seu objetivo tinha sido alcançado...

Desfile Bobo

Outra forma de exibicionismo diz respeito às pessoas (maioria mulheres) que chegam atrasadas (primeiro culto) e estrategicamente passam perto da plataforma da igreja e ficam desfilando para lá e para cá, supostamente procurando um lugar vazio, nos bancos da igreja. São figurinhas carimbadas, quase sempre as mesmas, que querem mostrar os lindos trajes que estão vestindo. Passem a observar. Sei que, em tese, não se vai à igreja para “cuidar” dos outros. Mas o pastorado deve ficar atento a essa fogueira de vaidades...

Conclusão

Sugiro, para esses dois exemplos, procedimentos simples:

1. Quando se for anunciar um carro estacionado de forma indevida, que seja informada a placa do veículo e o estacionamento no qual ele está parado. Nada mais do que isso.

2. Proibir de forma veemente, que pessoas fiquem nos corredores da igreja (cumprindo Lei municipal). Mais: que seja desestimulado (por diáconos) o trânsito de "modelos" nas imediações da plataforma.

Simples assim mesmo!

Enéias Teles Borges

21 de abril de 2012

A Justificação pela Fé, sob o Legalismo...


É possível que alguém entenda a Justificação pela Fé de forma legalista? Sim, é possível. É interessante como as mensagens de hoje são legalistas sem que os próprios difusores se apercebam.

Uma frase do sermão de hoje, na Igreja do Unasp, São Paulo, proferida no último dia da semana de oração (Pastor Benedito Muniz), sintetiza tudo. Ele até disse que o cristão que profere tal frase merece ser disciplinado: “não faço isso porque a minha religião não permite”. Depois ele enfatizou como a frase deveria ser: “não faço isso porque desagrada meu Deus”.

Os pregadores adventistas sempre tiveram imensa dificuldade em conciliar a Justificação pela Fé com a guarda dos mandamentos (decálogo). A mensagem até segue perfeita, rumo à excelência da Justificação pela Fé, quando o pregador desfaz tudo o que construiu, ao incentivar os membros a “peitar” o mundo, dizendo não, ao que se entende como quebra da Lei.

O que se deveria inferir é bem simples: aquele que é justificado pela fé não se insurge contra qualquer ato nocivo aos costumes éticos e morais contidos na Lei de Deus. Depois de justificado o que o ser humano faz? Ele consegue fazer alguma coisa? Não seria Deus efetivando nele o querer e o realizar?

O que realmente significa tudo isso? Se Deus está na pessoa, qual a necessidade que ela tem de sair vociferando pelo mundo que não tem medo de nada? O pior mesmo é que os pregadores adventistas não conseguem se desapegar do “grande fardo”, dentro do “fardo” da Lei: o sábado! O exemplo é quase sempre o mesmo: os filhos teocêntricos de Deus não estudam no sábado, não trabalham no sábado, não fazem suas obrigações no sábado. O “calcanhar de Aquiles” dos ASD: a maldição da falsa guarda do sábado. O sábado é um dia no qual os ASD pouco fazem pelo próximo, mas usufruem o que o próximo produz. Eles não trabalham no sábado, mas usam todos os serviços que são disponibilizados nele. É um povo cujo testemunho consiste, hoje, em explorar o que o próximo faz no “santo dia”, sem a sua colaboração.

O pregador adventista (em geral) derruba todo o arrazoado da Justificação pela fé, ao tornar a guarda da lei como um exercício da vontade humana. Piora ainda mais o quadro quando dá a entender que a lei se resume ao quarto mandamento. Leva o quadro ao fundo do abismo quando leva o leigo a acreditar que o quarto mandamento só trata do sábado.

Sim meus caros amigos. Existem pessoas que só enxergam a Justificação pela Fé sob o fardo da Lei. Infelizmente esse foi o produto final da Semana de Oração no Unasp, São Paulo, encerrada hoje.

Aí eu pergunto: Isso é Justificação pela Fé? Isso é pregar sobre a Graça? Existe graça paga pelo próprio homem, que "peita" o mundo para mostrar que ele guarda a Lei?

A semana de oração do Unasp, São Paulo, prometia muito e pouco ofereceu. Ainda assim os membros se julgam cheios, a despeito de terem se alimentado de vento...

Enéias Teles Borges

14 de abril de 2012

Semana de Oração - Unasp SP


Hoje nós fomos à Igreja do Unasp. Para o segundo culto. Início de Semana de Oração. O orador: Benedito Muniz. Trabalhou, durante anos, como pastor na IASD e atualmente é consultor de empresas. Pratica evangelismo leigo.

O sermão de hoje teve como versos principais os que estão contidos no capítulo 2 do livro de Gênesis. Versos 15 a 17. Trabalhou a seguinte ideia: por que o homem não foi fulminado logo após ter pecado? Não ficou claro que o dia em que comesse do fruto proibido, certamente morreria?

A partir daqueles versos ele começou a discursar acerca do perdão temporal e do perdão eterno. Perdão temporal é aquele que permitiu ao homem continuar vivendo. Permite, também, vida para todos os seres humanos (quer creiam nisso ou não). Usufruir do perdão temporal independe de escolha. Resulta da graça. Todos deveriam morrer. Adão e Eva deveriam ter morrido imediatamente. Todos gozaram e gozam do poder do perdão temporal. O ser humano não precisa saber disso, não precisa escolher, não precisa acreditar. Querendo ou não, a vida que detém é decorrente da graça. Quanto ao perdão eterno todos nós sabemos. Depende de confissão. Depende do interesse humano em aceitar ou rejeitar.

O resumo é bem simples: perdão temporal é um guarda-chuva sob o qual todos estão. Perdão eterno depende de questão ética, de interesse, de confissão, de escolha de rejeição e afins. O sermão foi um ensaio geral da doutrina da salvação, sob o ponto de vista conservador dos ASD.

Na realidade eu esperava, julgando pela maneira como o sermão foi introduzido, que o orador caminharia em outra direção. Que daria linhas gerais sobre o perdão (temporal e eterno) e que, em seguida, mostraria o perigo sob o qual a IASD está. Eu cria que ele falaria acerca do sincretismo religioso, da influência perniciosa da contrafação (bem misturado com o mal), do pentecostalismo prostituído, que mostraria a todos que a IASD está desaprendendo a doutrina da salvação. Não foi nada disso! Pelo que a semana de oração tende a prometer, não será adotada essa linha de postulados.

Uma pena!

Benedito Muniz é da velha guarda dos teólogos adventistas. Tem formação escudada no adventismo histórico (sem a influência dos anos 1980, Conferência Geral de Dallas). Eu esperava mais, porque ele tem muito a oferecer.

Vida que segue, ou que precisa seguir...

Enéias Teles Borges