22 de junho de 2011

Decreto Dominical - Será que é agora?

Autor: Cleiton Heredia

Para os leitores deste blog que não estão familiarizados com os ensinamentos e doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, irei dar uma rápida explicação sobre o que é este "Decreto Dominical":

Os Adventistas do Sétimo Dia, baseados nos Dez Mandamentos relacionados no livro de Êxodo capítulo 20, mais precisamente no 4º mandamento, entendem que o sétimo dia da semana (o sábado) foi separado por Deus como um dia santo ou sagrado. Eles defendem a ideia de que o sábado foi observado como santo pelos primeiros cristãos convertidos do judaísmo e do paganismo no 1º e 2º séculos, porém com as várias mudanças que foram introduzidas no cristianismo ao longo da história, muitas heresias ou ensinamentos não bíblicos passaram a fazer parte dos dogmas cristãos, entre eles, a mudança do sábado para o domingo legislada pelo supostamente convertido, Imperador Constantino, no ano 321 d.C.. Eles interpretam as profecias do livro do profeta Daniel capítulo 7 e 8 como predições destas mudanças, e interpretam as profecias neo-testamentárias do livro de Apocalipse, mais precisamente no capítulo 13, como um registro profético de mais mudanças que ocorrerão antes da Volta de Jesus, onde haverá uma obrigatoriedade global imposta pelos governos mundiais para a observância do domingo como um dia separado para o descanso. Ainda com base nas suas interpretações das profecias de Apocalipse eles entendem que esta imposição tem um caráter conspiratório que envolverá uma tríplice união de poderes, tendo o próprio Diabo como seu mentor e líder, mancomunado com os Estados Unidos da América do Norte, representando o protestantismo apostatado, e o Vaticano, representando a Igreja Católica Apostólica Romana. Os adventistas usam muito os textos da sua profetisa Ellen G. White, que prenuncia este decreto dominical desde 1858, inclusive afirmando que ocorrerá uma mudança na constituição norte-americana para que a liberdade religiosa naquele país não seja mais absoluta e assim possam ser criados meios de obrigar seus cidadãos a aceitarem este decreto. Eles afirmam que todos que aceitarem o domingo imposto por este decreto estará recebendo a marca da besta e terá perdido a sua salvação para sempre.

Desculpem se ficou muito extenso, mas este é o melhor resumo que pude fazer.

Bem, mas porque estou tocando neste assunto?

A razão é que desde ontem está circulando na mídia interna dos adventistas a notícia de que nesta segunda-feira (dia 20/06) a European Sunday Alliance (Aliança Europeia para o domingo - ESA) promoveu em Bruxelas, Bélgica, uma conferência sobre a proteção do domingo como jornada não laborável, sob o título "O valor agregado da sincronização do tempo livre".

A ESA é uma rede de alianças nacionais formadas por sindicatos, organizações da sociedade civil e comunidades religiosas, entre as quais também se encontram a Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) e a Conferência das Igrejas Europeias (KEK). Entre os temas tratados estão a segurança dos trabalhadores, o equilíbrio entre trabalho e vida profissional com a vida familiar, e a importância do fim de semana para a vida comunitária. Os organizadores assinalam que "o encontro procura informar os responsáveis políticos europeus sobre a importância de um tempo de qualidade sincronizado não só no aspecto cultural dentro do patrimônio europeu, mas também como um importante fator de construção da Europa social: uma UE consciente das exigências de seus cidadãos".

Será que a interpretação profética dos adventistas está correta e estamos realmente bem próximos da imposição de um decreto dominical que selará o destino eterno da raça humana?

Veja o que diz um proeminente defensor dos adventistas, Michelson Borges:

"O decreto dominical (praticamente o último sinal da iminência da volta de Jesus) será promulgado pelos Estados Unidos, mas essas iniciativas na Europa podem ser consideradas um ' 'ensaio' desse ato final. Quando a lei for aprovada pelos norte-americanos, os europeus (e certamente a maioria das pessoas nos demais continentes) a acatarão facilmente. E o ECOmenismo está aí para fornecer uma razão lógica para aqueles que não querem nada com religião (portanto, receberão a marca da besta na mão – estude Apocalipse 13). Estes dias são solenes; devemos aproveitar a calmaria que antecede a tempestade; como diz o pastor Erton Köhler: 'Jesus tem pressa de voltar.'"

Talvez a primeira pergunta que vem à cabeça de alguém que está tendo um primeiro contato com esta teoria de conspiração seja: Mas e como ficam os 1,5 bilhões de mulçumanos (25% da população mundial) que observam a sexta-feira como um dia santo e não estão nem aí para esta briga entre os cristãos?

Fui adventista por mais de 40 anos e nunca encontrei uma resposta satisfatória para esta pergunta. O máximo que consegui de explicação foi: Isto é um mistério que será revelado por Deus oportunamente.

Então tá! Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

Nota: Texto extraído do blogue de Cleiton Heredia, que se formou em Teologia no ano de 1985. Fomos colegas de classe.

Enéias Teles Borges

20 de junho de 2011

O velho IAE não merece isso!

Lamentavelmente a situação constrangedora insta em persistir. A despeito do esforço dos poucos e interessados defensores da Colina Iaense, os ladrões de galinha seguem usufruindo o benefício da negligência dos líderes do UNASP/SP. Imaginem, meus amigos, que houve mais um prejudicado. Pela segunda vez, refiro-me à mesma pessoa, furtaram um notebook. Imaginem perder dois equipamentos de uso particular e profissional, num espaço de tempo que não foi tão grande assim...

Aconteceu como vem acontecendo com todos: uma rápida saída do local e quando retornou a bolsa, com tudo o que dentro havia, tinha sido surrupiada (fica a sensação que existem raposas cuidando do galinheiro). Mesmo modus operandi.

De pouco ou de nada adiantou a Notificação Extrajudicial enviada aos diretores, professores e afins. Que vergonha! Será que a Instituição precisará aprender, na prática, o que significa “Responsabilidade Objetiva”? Será que o barulho promovido pela minoria, que lança mão do alheio, haverá de seguir prevalecendo em razão do silêncio dos omissos diretores e funcionários?

O velho IAE não merece isso!

Enéias Teles Borges

10 de junho de 2011

Na Colina do Velho IAE, quem diria?

Caros amigos e amigas,

O longo texto abaixo deve ser entendido como desabafo. Opinem, caso considerem importante opinar, especificamente sobre o tema que foi tratado.

Enéias Teles Borges

São Paulo, 31 de maio de 2011.


Notificação Extrajudicial – UNASP/SP

Prezados Diretores e Funcionários

Sirvo-me da presente para trazer ao conhecimento dos senhores o que adiante seguirá. Destaco, como introdução, que o fito primordial da presente Notificação Extrajudicial é simples e objetivo: conclamar a Instituição a uma reflexão e, num segundo momento, chamar à ação.

1. No dia 30 de maio do corrente ano, ocorreu neste Centro, mais uma vez, um episódio altamente constrangedor. Causa mal-estar não apenas o fato em si, mas a reincidência que, deletéria, insta em não ser combatida de forma peremptória.

2. Minha filha, Aline Maia Borges, que estuda nesta instituição há longos anos, desde o período pré-escolar, que concluiu o ensino médio no ano de 2010 e que no momento segue no Curso Técnico de Música, de Piano e de Violão no Conservatório Musical, foi surpreendida ao notar que sua bolsa foi violada. De tal ato resultou a subtração de valor em dinheiro, Bilhete Único utilizado no deslocamento da Faculdade “PUC” até este lugar de educação quase secular. Também foi furtado o seu aparelho dispositivo móvel celular.

3. É bom que se frise que o prejuízo material é o de menor importância neste momento. Ocorre que além de não ter sido a primeira vez é possível, numa singela mensuração, detectar que fatos nocivos e desta magnitude têm surpreendido outras pessoas que militam ou que estudam neste “campus”.

4. Um acontecimento desagradável, como este, traz gosto amaro à boca e à vida de uma pessoa, como no meu caso, que conhece muito bem este centro do saber. Trata-se de instituição de fabulosa reputação, mas que está a permitir arranhões em sua boa fama. Sabe-se que de arranhão em arranhão acaba-se por chegar à má fama indesejável e vexatória.

5. Algo precisa ser feito. Algo efetivo. Não apenas os apelos, não apenas as orações, não apenas a conscientização. Resta claro que esforços precisam ser envidados imediatamente. Não apenas em face da urgência, mas em razão dos princípios e postulados defendidos pela comunidade adventista. De que adianta “educar para a eternidade”, desprezando pontos importantes da educação do cotidiano? Quem não consegue se destacar no pouco (educação terrena), como lograria sucesso no muito (educação para a eternidade)? Seria, indubitavelmente, a essência da contradição, acreditar que a ineficácia no ínfimo não avilta a suposta eficácia dirigida às alturas...

6. Minha história na Instituição tem longa data: afinal além do ensino médio eu cursei a Faculdade de Teologia nesta escola. Minha esposa é enfermeira pós-graduada neste magnífico lugar, minhas duas filhas passaram todo o ensino regular nesta Colina e a mais nova segue usufruindo a qualidade ímpar deste meio tradicional, ao se dedicar ao aprendizado adstrito à boa música.

7. O que esperar, então, das pessoas que fazem parte deste contexto? Não importa se são funcionários ou alunos, visitantes ou afins. Todos os que ousam pisar o calçadão deste “lugar único” têm a obrigação de procurar viver à altura das tradições locais. Cumpre à Instituição adotar medidas preventivas e eficazes para que tal tradição seja inteiramente respeitada. Sem medo e sem omissão. O exercício da Lei se faz necessário. É sabido que a Lei existe para proteger os bons dos atos danosos promovidos pelos maus. Há, portanto, que se inibir a ação de pessoas que atentam contra os bons costumes e que têm praticado atos antijurídicos asquerosos. Não se discute o “quantum” material e sim o absurdo moral que acaba prevalecendo.

8. Creiam-me: é vergonhoso saber que tem ocorrido além da conta. Uma vez é muito, o que dizer de reiteradas vezes? Não é razão para que todos os que habitam este centro de excelência se sintam, como eu, profundamente envergonhados? Não é desagradável saber que as pessoas precisam se deslocar o tempo todo, inclusive rumo aos banheiros, lanchonetes, levando seus pertences, tão somente pelo medo da ordinária subtração? Eu ficaria satisfeito se soubesse que não sou único nesta escalada contra o mal. Seria importante que fosse dado um basta, de cima para baixo, da direção para os dirigidos. Ou será que os mais graduados estão se safando destes miseráveis ladrões de galinha? Sei, simplesmente porque sei: que os que possuem cargos já passaram, entre os muros do UNASP, por um momento estranho assim, em que alguém (ou mais de um), qual rato de esgoto que se esgueira, e com ares de vitorioso, tenha lançado mão do que não lhe pertence.

9. Saliento e saliento de novo: o menor problema é o dano material. Há que se tomar atitude coletiva. Afinal um delinquente não se inicia no mundo do crime praticando atos vultosos. Um ladrão de meia tigela de hoje, se não coibido, será o grande assaltante de amanhã. Razão pela qual aqueles que permitem os pequenos delitos do presente serão, de forma justificada, taxados merecidamente de culpados quando amanhã, aqueles que estiveram sob suas mãos começarem a praticar, em grande escala, o que “estagiaram” num lugar tão renomado. Aí não haverá diferença entre o bandido e aquele que se omitiu.

10. Tendo em mente tudo isso e crendo que o barulho desta minoria ruidosa e bandida está prevalecendo, principalmente, em razão do silêncio da maioria “do bem”, eu me propus redigir esta “apertada síntese”. O faço em forma de Notificação Extrajudicial (para que no futuro não se diga que não se sabia). Enviarei cópia às pessoas que, querendo, poderão tomar providências para que tais atos não mais se repitam, a saber: ao Reitor, à Diretoria local, inclusive à do Conservatório Musical, ao chefe de segurança e mais algumas pessoas de notável senso crítico e vontade de fazer as coisas certas, simplesmente porque assim devem ser feitas (refiro-me, por exemplo, ao pastorado da igreja, do campus e afins).

11. Faço questão de deixar claro que não ataco a reputação deste renomado Centro. Ao contrário disso eu me uno contra quem está jogando na lama tal conceito, que foi erguido a contar de 1915. Insurjo-me contra os que consideram os fatos ocorridos como inevitáveis e “comuns nos dias de hoje”. O erro (por menor que seja), jamais poderá ser tratado como algo corriqueiro em nosso meio e nisso acredito que estamos todos de acordo.

12. Renovo minha satisfação por ter sido aluno desta Escola, por ter sido funcionário na Colina e por ter sido, inclusive de forma pública, uma pessoa que jamais se omitiu no momento em que pessoas com propósitos escusos tentaram promover atos antiéticos e danosos ao velho IAE.

13. Renovo, muito mais, minha esperança de que haja um movimento contra o avanço de tais posturas iníquas. Aí será possível asseverar que, ao contrário da USP e outros centros acadêmicos, houve uma ferrenha luta para coibir a ação dos biltres, dos mesmos ordinários que só fazem, reiteradamente, aquilo que é contra o Direito, porque encontram facilidade para a prática repetitiva dos delitos.

Deixo, de forma atenciosa, meus protestos de estima e de consideração.

Enéias Teles Borges
Pai e Advogado