17 de junho de 2010

Fábricas de deuses

Enéias Teles Borges

Engana-se quem pensa que os aglomerados da fé cristã promovem o mesmo deus. Não é possível que assim seja, pois se o deus cristão, difundido por muitos, fosse amoroso e onipotente conforme todos arrazoam, já teria posto um ponto final na história, de tal maneira, que todos o seguiriam como se houvesse um só rebanho e um só pastor. Não adianta apostar no futuro, dizendo que em determinado tempo, o mundo cristão será um só. O que se vê, sem qualquer sombra de dúvidas, são fábricas grandes, médias e pequenas que produzem e difundem deuses com o mesmo nome. São milhares de deuses, mas todos têm o mesmo nome: Jesus Cristo.

Engana-se aquele que pensa que o verdadeiro Jesus Cristo é aquele da sua agremiação, difusora da fé cega e da faca amolada (FCFA). Isso é humanamente e também "divinamente" impossível. Um deus de amor tão imenso odeia tanto o pecado quando essa confusão, que do mal decorre. Como ele não acaba logo com essa babilônia, sobra o óbvio que ulula: não existe harmonia, logo não se enxerga um Jesus Cristo verdadeiro. Todos os que estão por aí são caricaturas montadas à imagem das suas criadoras: as muitas fábricas de deuses.

O que existe de louvável em tudo isso é o que chamamos de liberdade religiosa. Todos têm o direito de fabricar, adorar e difundir. É a democracia da fé, promovida pelos homens.

Cada dia mais aquele que queira usar, de fato, a massa cinzenta que possui, haverá de se afastar e até mesmo de se enojar. Não há nojo pelos sinceros (e muitos cegos) que seguem, há asco imenso pelos fabricantes de divindades que se enriquecem e se regozijam sob a sombra dos altos muros das fábricas de deuses...

-

Nenhum comentário: