Quando eu trabalhava na Organização Adventista, como Pastor
Obreiro, eu conheci um líder (diretor de campo) muito duro nas decisões. Era uma
espécie de “carniceiro”. Não se intimidava em demitir pastores, jogando suas
famílias na sarjeta. Era temido. Não sentia piedade. Demitia com ou sem motivo.
Oportunidade não outorgava, a não ser aos parentes e amigos.
Há alguns anos, já como advogado, encontrei-me com antigos
colegas de Ministério e perguntei pelo famigerado homem. Disseram-me que
continuava do mesmo jeito. Quanto mais velho ficava, mais impiedoso se tornava.
Eu perguntei aos amigos o motivo para que ele seguisse se
portando desse jeito. Se não temia pela própria salvação. Ao que ouvi: “Ele
disse que cuidaria de sua salvação depois de aposentado”.
Hoje o pastor famoso e duro está aposentado. Mora num
residencial perto de uma instituição adventista. Cuida dos netos. Tornou-se um
homem dócil, falador, engraçado e de bem com a vida. Nem de longe se parece com
o carrasco que por décadas lançou muitas famílias nas valas da miséria e do
sofrimento.
Pelo que pude notar ele cumpriu o seu objetivo. Hoje está
cuidando de sua própria salvação...
Enéias Teles Borges